10 motivos para que o pós-operatório de cirurgia plástica seja conduzido pelo fisioterapeuta.

A cada dia a importância do pós-operatório em cirurgia plástica é mais difundida e discutida. Cada vez mais os cirurgiões mostram aos pacientes que a cirurgia é o primeiro passo para alcançar um corpo mais harmônico, no entanto, não ser assistido por um profissional capacitado no pós-operatório pode comprometer o resultado da cirurgia realizada. Para esclarecer e informar a importância da participação do fisioterapeuta nesse processo, destaco 10 motivos que apontam o quão relevante é a atuação fisioterapêutica.

1. O fisioterapeuta é o profissional recomendado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica a conduzir o pós-operatório. Isso devido a formação desse profissional que vai muito além da realização de tratamento que visa apenas resultados estéticos. O objetivo é promover a reabilitação completa do paciente, conduzindo o processo de cicatrização, minimizando as intercorrências, complicações e favorecendo o resultado final da cirurgia.

2. A formação básica do aluno de fisioterapia se dá após 4 ou 5 anos de faculdade, sendo que após a conclusão do curso, o profissional já formado continua em constante aprimoramento. Os que desejam atuar em pós-operatório de cirurgia plástica, geralmente realizam a especialização em Fisioterapia Dermatofuncional com duração média de 1 ano e meio. Concomitantemente, o fisioterapeuta participa de cursos de aprimoramento profissional específicos para o pós-operatório. Esse processo de estudo e especialização nunca termina pois os estudos e pesquisas avançam e com isso se faz necessário a constante atualização. O caminho percorrido pelo fisioterapeuta dermatofuncional é longo e intenso, o que indica uma diferenciação no mercado de trabalho.

3. A cirurgia plástica, embora em muitos casos por fins estéticos, lesiona tecidos que necessitará do processo de reabilitação para que suas funções sejam restabelecidas. Diante disso, o profissional habilitado para promover reabilitação é o fisioterapeuta.

4. O edema (inchaço) é uma das intercorrências presentes no pós-operatório, pois é resultado do processo de cicatrização. Entretanto, outras alterações como fibrose, pode atrapalhar a resolução do edema. Por isso, faz-se necessário uma associação de técnicas para atender todas as necessidades presentes no pós-operatório e não apenas drenagem linfática manual.

5. A formação da fibrose é inerente ao procedimento, porém ela pode ter a sua formação conduzida, resultando em uma cicatrização mais organizada e favorecendo o resultado estético desejado. Por outro lado, alguns recursos podem contribuir para que o pós-operatório se arraste por muitos atendimentos e em alguns casos, contribuir com a não resolução da fibrose.

6. Durante o pós-operatório os pacientes passam a adotar posturas não funcionais instintivamente, visando a preservação da região operada. Entretanto, esse processo deve ser orientado pelo fisioterapeuta pois alguns movimentos podem ser realizados para manutenção da mobilidade global e consequentemente não evoluir para perda da funcionalidade. O profissional zela ainda pelo bem estar do paciente, bem como minimizar a dor e restrições de movimentos que geralmente são desencadeados pela ausência do movimento.

7. O fisioterapeuta irá orientar quanto ao uso e ajustes da cinta pós-cirúrgica, uso das placas, retorno às atividades de vida diária, retorno ao trabalho e será o profissional que determinará qual o tratamento mais adequado para cada fase do processo de reabilitação.

8. O fisioterapeuta que atua dentro dos princípios da fisioterapia manual, preconiza sempre a qualidade do tratamento oferecido e não a quantidade de atendimentos que serão realizados. Dentro desse conceito, o tratamento é realizado com um número reduzido de atendimentos, fugindo dos pacotes de 10, 20 e 30 sessões. O tratamento é desenvolvido de forma personalizada para cada paciente, atendendo as necessidades que irão surgir no decorrer do processo de reabilitação.

9. Em casos de deiscência de cicatrizes (abertura dos pontos), o fisioterapeuta está preparado para atuar estimulando a região mitigando a evolução do processo. Com isso, preserva-se a cicatriz e evita o aumento da área exposta, reduz risco de contaminação e consequentemente ocorra o comprometimento da qualidade estética da cicatriz.

10. É importante compreender que a prevenção no processo de pós-operatório é o melhor caminho para uma cirurgia de sucesso. A escolha do cirurgião e do profissional que conduzirá o pós-operatório pode ser determinante para o sucesso da intervenção plástica. Prevenir sempre será mais barato e menos incômodo do que buscar um tratamento especializado somente após o problema instalado.

São muitos benefícios da atuação fisioterapêutica no pós-operatório de cirurgia plástica.

Invista no pós-operatório!

Invista na sua cirurgia!

Faça fisioterapia!


Dra. Marcieli Martins

Especialista em Fisioterapia Dermatofuncional

Tratamento especializado em Pós-operatório de Cirurgia Plástica, Cirurgia Vascular e Cirurgias Reconstrutoras.

Curitiba-PR

A Importância da Fisioterapia Respiratória nas Cirurgias Abdominais

A fisioterapia respiratória é uma importante etapa nas cirurgias abdominais

Dentre as principais cirurgias plásticas abdominais podemos citar a abdominoplastia ou dermolipectomia e a lipoaspiração, indicadas principalmente para correção estética e funcional do abdômen.

A abdominoplastia consiste na remoção de gordura localizada no abdômen inferior e retirada do excesso de pele da mesma região, e em alguns casos, a lipoaspiração pode ser associada. Porém, mesmo com o avanço das técnicas cirúrgicas os pacientes podem apresentar complicações intraoperatórias e pós-operatórias.

No período pós-operatório, uma das possíveis complicações observadas é a alteração da função pulmonar. Fatores como tempo de anestesia, medicações utilizadas durante o procedimento cirúrgico, incisão da parede abdominal, imobilização no leito após a cirurgia, distensão abdominal e dor estão entre os fatores determinantes para as complicações pulmonares.

A principal alteração da função pulmonar é a redução dos volumes e capacidades pulmonares, redução que pode chegar a 50% quando comparado aos valores pré-operatórios. A normalização dos volumes e capacidades pulmonares pode variar entre 14 a 30 dias após a cirurgia. Outro fator associado a complicações respiratórias é a redução do esforço de tosse, o que pode levar ao acúmulo de secreções nas vias aéreas prejudicando a troca gasosa e aumentando o esforço respiratório.

A presença de complicações pulmonares como atelectasias, pneumonia, derrame pleural e tromboembolismo pulmonar (TEP), estão associadas ao aumento da morbimortalidade no pós-operatório, tempo prolongado de internação e custos relacionados ao tratamento elevados.

Para prevenir essas alterações e possíveis complicações no pós-operatório a fisioterapia respiratória deve ser empregada no período que antecede a cirurgia. Nesse período, o fisioterapeuta deverá realizar a avaliação da mecânica pulmonar e avaliação da capacidade funcional com testes simples e de baixo custo. Como parte da intervenção pré-operatória, os exercícios respiratórios e treino da musculatura respiratória, quando indicada, devem ser aplicados, além dos exercícios globais para melhora da capacidade física. A prática dos exercícios respiratórios no período pré-operatório diminui o risco de complicações no pós-operatório.

No período pós-operatório a fisioterapia deverá ser iniciada precocemente, exercícios e manobras de reexpansão pulmonar durante a hospitalização melhoram a mecânica respiratória, a oxigenação e auxiliam no mecanismo de tosse, promovendo a higiene brônquica e prevenindo o aparecimento de complicações pulmonares.

A cinesioterapia no pós-operatório é essencial, pois trata o paciente de forma global, estimulando a movimentação ativa, melhorando a capacidade física e pulmonar. A orientação quanto à manutenção dos exercícios após alta hospitalar é de suma importância para a recuperação e prevenção de complicações respiratórias e musculoesqueléticas, principalmente por posturas que deverão ser mantidas no período pós-operatório de abdominoplastia.

A frequência e duração da fisioterapia respiratória são avaliados caso a caso, de acordo com a necessidade de cada paciente e avaliação pré-operatória. Na literatura encontramos vários estudos que mostram que a intervenção fisioterapêutica precoce, tanto no período pré quanto pós-operatório, minimiza as alterações da função pulmonar, reduz as complicações respiratórias e melhora a capacidade física no pós-operatório.


Dra. Marina Lazzari Nicola
Especialização em Clínica Médica pela UNIFESP
Mestre em Ciências pela FMUSP
Fisioterapeuta no Hospital Alemão Oswaldo Cruz