Devo acelerar a cicatrização?

cicatrização pós-plástica

Usar equipamentos para acelerar a cicatrização é indicado?

A cirurgia é um evento onde é gerada uma lesão de forma proposital, que essa desencadeará uma série de processos para que o tecido se recupere, semelhante ao estado original, conhecido por cicatrização.

Já se sabe que a cicatrização é influenciada pela intensidade do trauma, ou seja, quanto maior a remoção de gordura ou o descolamento do tecido, maior será a resposta do organismo para recuperar a lesão.

Diante disso, a cicatrização deve ou não ser acelerada?

Vale lembrar que todos os eventos desencadeados após uma lesão são respostas fisiológicas. O corpo age sozinho buscando se reequilibrar, voltar a ser o que era antes ou o mais próximo das características anteriores.

Ao utilizar recursos para acelerar o processo natural nesse período, há grandes chances da cicatrização tornar-se patológica, gerando um processo de fibrose ou cicatriz hipertrófica.

Por outro lado, durante o processo de cicatrização convencional poderá ocorrer uma intercorrência natural, inerente à resposta do organismo a lesão. Nesse caso, será necessário aplicação de estímulos adequados para que a cicatrização volte ao processo correto de reabilitação, onde as estruturas seja restabelecidas de maneira desejada. Situações como essas são frequentes quando há abertura de ponto ou até mesmo a presença de seroma. Clique aqui e saiba como ter uma cicatriz perfeita.

Portanto, acelerar ou não o processo de cicatrização é uma decisão terapêutica que deve ser adotada pelo fisioterapeuta que está conduzindo o paciente, diante das condições apresentadas e respostas ao tratamento proposto.

Terão momentos que acelerar esse processo será necessário para garantir que a cicatriz não abra. Já em outros casos, acelerar a cicatrização resultará com o aumento do quadro de fibrose, fato indesejado.

Aos pacientes o meu conselho é: Não acreditem em protocolos prontos! Não existe “receita” ideal para todos os pacientes. Os critérios devem ser avaliados caso a caso, e o acompanhamento dos resultados obtidos é fundamentam para o sucesso da cicatrização.

Cada momento é único e o tratamento poderá ser a “sua salvação” ou a “sua condenação”.

Por isso, invista em um profissional que tenha domínio para estimular ou inibir e assim propiciar a cada fase um atendimento personalizado as necessidades apresentadas.

Invista em sua cirurgia!
Faça fisioterapia!

Por que não realizar apenas drenagem linfática manual no pós-operatório?

Drenagem linfática manual no pós-operatório é a conduta ideal?

Provavelmente você já passou por uma cirurgia ou conhece alguém que fez drenagem linfática manual no pós-operatório. Essa é a técnica mais conhecida e mais indicada por cirurgiões ou pessoas envolvidas no pós-operatório.

Entretanto, toda cirurgia, plástica ou vascular, gera um “dano” tecidual que necessita de ser restaurado para que haja a manutenção da mobilidade da pele e subcutâneo, bem como a mobilidade articular e muscular. Consequentemente, se faz necessário a restauração da funcionalidade da área submetida à cirurgia e das áreas adjacentes.

A drenagem linfática é indicada para auxiliar na redução do edema (inchaço) e auxiliar no alívio da dor.

No entanto, tratamentos em que esse procedimento é utilizado de forma isolada, os atendimentos se arrastam por muitas sessões pois o foco do tratamento é o edema e não todas as alterações que necessitam ser tratadas.

É importante lembrar que a fisioterapia no pós-operatório tem avançado muito, aumentando a efetividade dos tratamentos propostos e reduzindo o número de atendimentos. Dessa forma, contribuindo assim para o sucesso da reabilitação pós-cirúrgica e apresentando um excelente resultado estético.

A fisioterapia desenvolvida de forma personalizada às necessidades do paciente auxilia na redução do quadro álgico (dor), resolução do edema, prevenção do seroma, redução da incidência de deiscências de suturas (abertura das cicatrizes), minimização da formação da fibrose (cicatrização excessiva) e consequentemente contribui com o retorno às atividades de vida diária e laborais e ainda favorece resultado estético almejado.

A fisioterapia pode fazer a diferença no resultado e no processo de reabilitação.

Vale ressaltar que drenagem linfática não é sinônimo de fisioterapia. A fisioterapia envolve um conjunto de técnicas e recursos para que o processo de reabilitação aconteça.

Embora, a cirurgia plástica estética tenha fins estéticos, a cânula e o bisturi geram lesões teciduais que necessitam ser restauradas para que a região opera tenha suas funções restabelecidas.

Consulte sempre um fisioterapeuta! Esse é o profissional habilitado para desenvolver um procedimento para atuação pós-operatória de forma segura e efetiva.


Dra. Marcieli Martins

Especialista em Fisioterapia Dermatofuncional

Fisioterapia no pós-operatório de Varizes

Pós-operatório de Cirurgia de Varizes

Certamente você conhece alguém que realizou cirurgia de varizes há alguns anos e precisou se afastar de suas atividades habituais e fazer repouso absoluto por 20 ou 30 dias. Também já deve ter ouvido dizer que o pós-operatório foi difícil, doloroso e que os hematomas eram grandes e demoraram muito para desaparecer. Pior, que o curativo era incômodo, quente e não permitia um banho adequado.

Felizmente tanto as técnicas cirúrgicas quanto os tratamentos pós-operatórios evoluíram muito na última década e hoje o paciente já pode receber alta no mesmo dia em que foi operado e pode retornar as suas atividades, inclusive as esportivas, num prazo muito curto.

As técnicas cirúrgicas mais modernas reduziram as incisões (cortes) e permitem que o tratamento das safenas doentes seja feito através de punções ou pequenos cortes quando utilizamos a termoablação como opção terapêutica (radiofrequência ou laser endovenoso). Para tratar aqueles ramos aparentes (as varizes propriamente ditas) utilizamos microincisões que não necessitam nem pontos para seu fechamento. Isso permite que o trauma cirúrgico, ou seja, o “dano” que o procedimento cirúrgico gera nos tecidos seja muito menor, já contribuindo para que a recuperação seja mais rápida e indolor.

Aquele curativo antigo que consistia no enfaixamento das pernas em várias camadas de atadura e algodão, tornando difícil a higiene e a mobilização, foi substituído por meias específicas para a recuperação da cirurgia de varizes. Essas meias são colocadas ainda no centro cirúrgico com calçadores especiais e têm a vantagem de manter o curativo protegido e facilitar o dia a dia do paciente logo após a cirurgia.

A meia em questão mantém uma compressão adequada necessária a recuperação ao mesmo tempo que permite o banho normalmente pois é feita de tecido impermeável, podendo ser mantida durante a higiene habitual. Ainda tem a vantagem de ter uma camada única, não retendo calor como as faixas que utilizávamos anteriormente para fazer o curativo.

Fisioterapia no Pós-operatório de Cirurgia de Varizes

Paralelamente a essa modernização, contamos também com a evolução constante da fisioterapia no pós-operatório. As técnicas recentes permitem menos edema (inchaço), dor e formação de hematomas e equimoses (manchas roxas).

A fisioterapia também permite o tratamento das fibroses, alteração comum e normal no processo de cicatrização dos tecidos mas que pode causar dor e irregularidades na pele, comprometendo inclusive o resultado estético da cirurgia.

Anteriormente, dispúnhamos somente da drenagem linfática como opção terapêutica nesta fase após a cirurgia de varizes. Assim como em outras áreas cirúrgicas, mais comumente na cirurgia plástica, os pacientes da cirurgia vascular têm se beneficiado com a evolução da fisioterapia. Os pacientes apresentam uma melhora mais precoce e raramente se incomodam com dor ou inchaço. Este benefício acaba se traduzindo em ganho de tempo e qualidade de vida, questões muito importantes no dia a dia da vida moderna.

Atualmente, o retorno ao trabalho ocorre de 3 a 7 dias após o procedimento e a retomada das atividades físicas numa média de 2 semanas. A evolução e o tempo de melhora também dependem da condição clínica pré-operatória do paciente, ou seja, pacientes que possuem uma maior quantidade e um volume/calibre maior de varizes poderão necessitar de um tempo maior de recuperação.

Nossa equipe conta com o trabalho especializado da Dra. Marcieli Martins, que em alguns casos já se inicia no pós-operatório imediato, ainda no centro cirúrgico. A técnica utilizada não só alivia os sintomas comuns a essa fase (dor, inchaço e hematomas) como também previne a formação das fibroses, permitindo um pós-operatório mais indolor, com melhor resultado e devolvendo o paciente mais precocemente as suas atividades.


Dra. Denise Xavier

Cirurgiã Vascular

Ecografista Vascular

Meia elástica no pós-operatório previne trombose?

A meia elástica tem sido frequentemente indicada no pós-operatório. Afinal ela pode ajudar na prevenção da trombose?

A trombose venosa é produzida pela formação de coágulos na corrente sanguínea e pode ocorrer como complicação após qualquer procedimento cirúrgico.

Um dos fatores de risco para formação destes coágulos é a lentificação do fluxo venoso, o que pode decorrer de repousos prolongados, cirurgias longas que demandam muitas horas na mesma posição e até mesmo imobilizações por curativos, talas ou gessos.

Medidas preventivas de trombose venosa são indispensáveis no período de recuperação pós-operatória principalmente por ser uma complicação evitável na maioria das vezes.

A prevenção da trombose deve fazer parte do planejamento cirúrgico do paciente.

Uma das medidas mais utilizadas nesta fase de recuperação é a meia elástica. As meias elásticas produzem uma compressão graduada desde o tornozelo até a altura do joelho ou da coxa (conforme a escolha pela meia ¾ ou 7/8) o que produz uma “massagem” na musculatura e nas veias das pernas, facilitando o fluxo venoso.

Ao favorecer a circulação do sangue pelas veias, a meia elástica evita a estase sanguínea, ou seja, evita que o sangue tenha um fluxo muito lentificado naquele trajeto, o que facilita a formação de coágulos, produzindo assim a trombose.

Uma vez formados coágulos dentro das veias, esses podem deslocar-se para a circulação pulmonar produzindo uma situação muitas vezes grave ou até fatal conhecida como embolia pulmonar.

Todo procedimento cirúrgico gera algum risco de trombose que deve ser avaliado pelo médico para cada paciente em particular e decidido então quais medidas preventivas deverão ser adotadas.

O uso da meia elástica deve ser indicado por um especialista em circulação sanguínea pois existem algumas condições clínicas que proíbem seu uso.

Para o uso ser efetivo também existem algumas considerações e recomendações a serem feitas pelo angiologista portanto, a meia elástica deve ser receitada de forma adequada por um especialista.

É importante que cada paciente passe por uma avaliação com um angiologista ou cirurgião vascular antes de submeter-se a um procedimento cirúrgico para que seu risco seja avaliado e a prevenção seja estabelecida.


Dra. Denise Xavier

Especialista em Cirurgia Vascular e Ecografia Vascular.

Conheça sobre Fisioterapia Manual em Cirurgia Vascular / Varizes

Cirurgia de Varizes x Tratamento Fisioterapêutico

A atuação no pós-operatório de cirurgia vascular, mais especificamente nas cirurgias de varizes, ainda é pouco explorada pelo fisioterapeuta.

As varizes são veias superficiais anormais, dilatadas, cilíndricas ou saculares, tortuosas e alongadas, caracterizando uma alteração funcional da circulação venosa do organismo, com maior incidência no sexo feminino (SBCV).

As varizes resultam em alterações funcionais importantes como o edema (inchaço) dos membros inferiores (pernas e pés), sensação de peso, dor do tipo “queimação” etc.

Além das alterações mencionadas, quanto maior a gravidade das varizes, maior o comprometimento estético presente.

Dessa forma, o paciente submetido à cirurgia vascular almeja que as alterações funcionais sejam solucionadas e a estética das pernas restabelecida.

Fisioterapia Manual x Pós-operatório de Cirurgia Vascular

Com o tratamento fisioterapêutico manual é possível facilitar todo processo de pós-operatório em cirurgia vascular, otimizando os resultados e minimizando intercorrências e complicações.

O fisioterapeuta que atende à demanda de pós-operatório de cirurgia vascular, deverá atuar de forma global.

Avaliar todas as estruturas que possam estar comprometidas com a intervenção cirúrgica será fundamental para o sucesso do tratamento fisioterapêutico.

Quando o foco do tratamento é o paciente e não a intercorrência apenas (por exemplo: tratar somente o edema presente), a fisioterapia passa a cumprir o seu papel de atuar na promoção de saúde, no diagnóstico precoce e tratamento adequado e por fim, por meio da reabilitação e da redução de incapacidades.

Além disso, atualmente, é uma preocupação do cirurgião vascular proporcionar resultado estético satisfatório com a cirurgia, seja ela menos invasiva ou não, e promover o retorno às atividades diárias o mais breve possível.

A fisioterapia, com sua essência de reabilitação, pode beneficiar o paciente de cirurgia vascular e ajudá-lo a alcançar os objetivos estabelecidos ao ser submetido ao procedimento cirúrgico.

Sendo assim, o tratamento fisioterapêutico torna-se indispensável para aqueles pacientes que desejam uma recuperação efetiva com redução das intercorrências pós-cirúrgicas (edema, equimoses, hematoma, fibrose, retração de cicatriz, dor etc.) e por fim, alcançar o resultado estético idealizado inicialmente.

A atuação fisioterapêutica em cirurgia vascular pode ser iniciada na fase pré-operatória (antes da cirurgia), intraoperatória (durante a cirurgia) e pós-operatória.

A grande maioria dos cirurgiões acabam indicando o tratamento fisioterapêutico somente no pós-operatório, muitas vezes por não conhecer as demais atuações.

A fisioterapia no pós-operatório de cirurgia de varizes precisa ser divulgada e mais explorada pelos fisioterapeutas.

Quanto mais precoce o tratamento é iniciado, mais as intercorrências pós-cirúrgicas podem ser evitadas e/ou controladas e o paciente desfrutará de um pós-operatório menos traumático e mais rápido o resultado estético poderá ser percebido.


Dra. Marcieli Martins

Especialista em Fisioterapia Dermatofuncional