A terapia manual no pós-operatório de cirurgias plásticas

O que é terapia manual no pós-operatório?

A terapia manual no pós-operatório de cirurgias plásticas auxilia na redução do inchaço?

👉🏻 A terapia manual no pós-operatório tem sido uma escolha inteligente dos pacientes, cirurgiões plásticos e fisioterapeutas que desejam oferecer tratamentos efetivos com um número reduzido de atendimentos.

Por muitos anos, realizar pós-operatório de cirurgias plásticas foi sinônimo de realizar intermináveis pacotes de drenagem linfática manual.

Para piorar a situação, muitos pacientes relatavam que mesmo após 10, 20, 30 atendimentos ainda se sentiam inchados.

O que é a terapia manual?

É uma possibilidade de tratamento dentro do arsenal terapêutico disponível aos fisioterapeutas para tratar os pacientes.

No pós-operatório de cirurgias plásticas tem como objetivo a reorganização do tecido de cicatrização, ou seja, conduzir o processo de cicatrização e dessa forma otimizar a recuperação do paciente recém operado.

Oferecendo um tratamento efetivo com um menor número de atendimentos e resultados duradouros.
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🙌🏻Quando o processo de reparo tecidual evolui ocorre uma deposição excessiva e desorganizada de tecido de cicatrização, conhecida com fibrose.

Infelizmente, o inchaço acumulado na região cirúrgica não conseguirá ser reabsorvido apenas com drenagem linfática manual.

Associações dos recursos são essenciais para que os resultados sejam rapidamente percebidos.
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☝🏻 Com a terapia manual, a reorganização do tecido será influenciada sem gerar estímulos negativos e partir da reorganização desse tecido que estava excessivo e desorganizado, o inchaço passa a ser resolvido como consequência do tratamento que está sendo realizado.
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✅Sendo assim, a resposta é SIM, a fisioterapia manual pode auxiliar na redução do inchaço.
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👉🏻Invista na sua cirurgia!
🙌🏻Faça fisioterapia!
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Dra. Marcieli Martins
Fisioterapeuta Dermatofuncional.
Tratamento especializado em pós-operatório, fibroses e aderências cicatriciais.
CREFITO 8 – 135395/F

Fibroses e retrações nas cirurgias de blefaroplastia

Cirurgia de blefaroplastia pode desenvolver fibrose?

Antes de responder essa pergunta, é importante esclarecer o que é blefaroplastia.

Blefaroplastia é a cirurgia destinada à correção da flacidez palpebral, sendo que em alguns casos pode ser associada a retirada das bolsas de gordura da região.

É uma cirurgia que normalmente evolui sem intercorrências ou complicações, não sendo comum os cirurgiões indicarem a atuação fisioterapêutica no pós-operatório desse tipo de cirurgia.

Entretanto, como qualquer procedimento cirúrgico, está suscetível a evoluções com edema (inchaço), equimoses (roxos), fibroses e retrações de cicatriz, cicatrizes hipertróficas, etc.

Tenho recebido com uma certa frequência pacientes com retrações palpebrais e aderências de cicatrizes decorrentes de cirurgias de blefaroplastias, na qual as complicações que apresentam poderiam ter sido evitadas com a atuação fisioterapêutica precoce.

Infelizmente, é frequente o paciente mencionar que não recebeu indicação de tratamento pós-operatório e somente recorreu a um profissional após perceber que com o passar dos dias a região endurecida ou a dificuldade para fechar os olhos não apresentava melhora.

Diante disso, faz-se necessário que a atuação no pós-operatório de blefaroplastias seja amplamente difundida, haja visto que muitos pacientes podem ser beneficiados do tratamento. Ainda assim, o próprio cirurgião tem o benefício de seu paciente ser acompanhado no pós-operatório por um profissional que conduzirá a evolução do quadro a fim de minimizar ou evitar que situações indesejadas aconteçam.

Uma vez que ocorre algum tipo de complicação nesse tipo de procedimento, é fundamental que o fisioterapeuta esteja apto a tratar e consequentemente auxiliar o paciente, minimizando resultados indesejados ou até sequelas, promovendo uma reabilitação adequada.

Retração palpebral e aderências cicatriciais pós-blefaroplastias têm tratamento e deve ser desenvolvido pelo fisioterapeuta.

A terapia manual é sem dúvida um diferencial para os fisioterapeutas que a utilizam no pós-operatório. Com esse tipo de abordagem terapêutica é possível tratar a região devolvendo mobilidade tecidual e consequentemente restauração da funcionalidade.

Investir no tratamento pós-operatório pode fazer a diferença no resultado final da cirurgia.

Faça fisioterapia pós-operatório.


Dra. Marcieli Martins
Especialista em Fisioterapia Dermatofuncional

Você sabia: A fisioterapia manual pode prevenir cicatriz hipertrófica!

O que é cicatriz hipertrófica?

A cicatriz hipertrófica é definida como uma lesão elevada que não ultrapassa os limites da ferida inicial, ou seja, respeita a extensão original da lesão e apresenta tendência à regressão. É uma resposta exacerbada do tecido conjuntivo cutâneo a ferimentos, intervenções cirúrgicas, queimaduras ou quadros inflamatórios (Hochman, et al.)

A cicatriz hipertrófica é frequentemente confundida com queloide. Contudo, essas são diferenciadas por alguns critérios: cicatriz hipertrófica não ultrapassa a direção da ferida inicial, apresenta tendência a regressão e tem melhor prognóstico após a ressecção (Rev Bras Cir Plást. 2012;27(2):185-9).

A hipertrofia na cicatriz normalmente ocorre região da superfície corporal que está mais suscetível às tensões geradas pelo movimento natural do corpo e pela localização da incisão.

Para favorecer o resultado estético das cicatrizes, alguns autores sugerem que as incisões sejam feitas nas dobras naturais da pele e nem sempre com as clássicas linhas de Langer.

Entretanto, outros fatores podem contribuir com a evolução de uma cicatriz hipertrófica, como: cicatrizes infectadas, sangramentos (hematomas), cicatrizes que abriram (deiscência de sutura), lesões extensas, manipulação excessiva do tecido, queimaduras, técnica inadequada, fototipo, raça, entre outros fatores, podem colaborar com a formação de uma cicatriz excessiva.

Tratamento para cicatriz hipertrófica

O melhor tratamento para cicatriz hipertrófica é a prevenção. Evitar o aparecimento desse tipo de cicatriz é a melhor alternativa para que não haja comprometimento estético e funcional.

Para isso, a indicação é que o fechamento das incisões seja feito por planos, de forma precisa. Além disso, o tipo de fio, precisão da técnica, habilidade do cirurgião e os cuidados no pós-operatório podem auxiliar na prevenção do aparecimento da cicatriz hipertrófica.

Muitos profissionais, utilizam com muito sucesso, a imobilização da região da cicatriz através de bandagens ou “micropores” para evitar a mobilização excessiva da cicatriz e consequentemente a evitar a cicatriz hipertrófica.

A intervenção fisioterapêutica contribui com a prevenção da ocorrência e também com o tratamento da cicatriz hipertrófica.

O tratamento manual tem como objetivo equilibrar todas as estruturas envolvidas diretamente e indiretamente na cicatriz. Através técnicas específicas é possível restaurar a mobilidade tecidual e diminuir as tensões ao redor da cicatriz e dessa forma contribuir para que a cicatriz hipertrófica não ocorra.

O tratamento e as orientações devem fazer parte do plano de tratamento do fisioterapeuta.

Infelizmente, muitos profissionais não se preocupam com a cicatriz e ao terceiro mês o paciente retorna à sua vida com bastante normalidade. Entretanto, a cicatriz ainda não está madura o suficiente para “sofrer” as tensões que os movimentos gerarão.

Para um resultado efetivo, tratamentos com bandagens, micropores, terapia compressiva e pomadas são indicados por seis a doze meses, dependendo assim da reação de cada organismo.

 Sendo assim, é importante evitar que a cicatriz seja colocada sob tensão até que ela esteja clara (“branquinha”), pois a coloração da cicatriz nos indica o processo de cicatrização já foi finalizado ou não.

Cicatrizes vermelhas que começam a se elevar, indicam que o processo de cicatrização não está concluído, estando mais vulneráveis para formação de cicatriz hipertrófica, comprometendo o resultado estético desejado.

Nos casos de cicatrizes que já estão elevadas, ou seja, hipertróficas, é importante consultar o cirurgião plástico ou o dermatologista. Sem dúvida, eles indicarão o tratamento mais adequado para auxiliar na redução da mesma.

Dentre os tratamentos realizados pelos médicos estão: indicação de compressão da cicatriz, placa de silicone, corticoide intralesional, criocirurgia, beta-terapia, laser, ressecção cirúrgica, entre outras.

É importante frisar que, antes da indicação de um tratamento mais invasivo, é de suma importância que o cirurgião converse com o fisioterapeuta.

Há muitos casos que a fisioterapia pode auxiliar diminuição da tensão local e utilizar-se de recursos para gerar compressão direcionada e efetiva sobre a cicatriz excessiva.

Dessa forma, há casos em que apenas o tratamento conservador e orientações precisas são suficiente para promover o resultado estético e funcional ao paciente.

 Vale ressaltar que o tratamento baseado em fisioterapia manual para cicatriz hipertrófica pode ser feito em qualquer tipo de cirurgia, sejam elas cirurgias ortopédicas, neurológicas, cesáreas, laparotomias, cardíacas, vasculares, plásticas, entre outras.

Cuide da sua cicatriz!


Dra. Marcieli Martins

Especialista em Fisioterapia Dermatofuncional

Fonte:

http://www.queloide.com.br/images/pesquisas4disfuncoes.pdf

http://www.scielo.br/pdf/rbcp/v27n2/03.pdf

http://www.rbcp.org.br/details/123/cicatrizes-hipertroficas-e-queloides