Qual o melhor tratamento pós-operatório de cirurgia plástica?

“O melhor tratamento pós-operatório de cirurgia plástica é aquele que atende às necessidades do paciente e do procedimento realizado”.

Entender que o paciente submetido à cirurgia plástica não apresenta apenas o edema para ser tratado é um fato importante para compreender a importância da atuação fisioterapêutica e um ponto crucial para tentarmos definir o que pode ser considerado o melhor tratamento fisioterapêutico para o pós-operatório de Cirurgia Plástica.

A cirurgia plástica, embora seja um procedimento estético, é um procedimento cirúrgico, cuidados e precauções são necessárias para minimizar as chances de intercorrências e complicações.

É fato que o edema (inchaço), estará quase sempre presente e a indicação de pós-operatório, na maioria das vezes, é a drenagem linfática manual.

Por outro lado, basear todo o tratamento pós-operatório em apenas uma técnica é oferecer muito pouco ao paciente.

Atualmente, um dos melhores conceitos para desenvolver um tratamento específico no pós-cirúrgico é o tratamento baseado em terapia manual.

Uma das melhores técnicas disponíveis é a liberação tecidual funcional (LTF). Tratamento desenvolvido com os princípios preconizados pelo LTF tem por objetivo conduzir o processo de cicatrização sem gerar estímulo de síntese de colágeno. Ao associar outras técnicas de terapia manual é possível tratar todas as estruturas envolvidas, como pele, subcutâneo, músculo e articulações.

Atuar nesse contexto, permite que o pós-operatório tenha maiores chances de ser concluído com poucos atendimentos e o resultado desejado com a cirurgia alcançado de forma precoce.

Quando o paciente é acompanhado por um fisioterapeuta que desenvolve o tratamento baseado nos princípios da Fisioterapia Manual,  o processo de cicatrização pode ser controlado para que as tão temidas fibroses não gerem dor, limitação de movimento articular, limitação de movimento tecidual e comprometimento estético.

fisioterapeuta deve estar preparado para orientar o paciente sobre tudo que envolve o processo de reabilitação e levar aos cirurgiões tudo que há de mais novo e efetivo no que tange a reabilitação após a cirurgia plástica.

Sendo assim, os tratamentos baseados somente em drenagem linfática e ultrassom, de fato, são opções para o tratamento pós-operatório, porém pode contribuir para que o pós-operatório se “arraste” e em muitos casos, os pacientes submetidos a 20-30 atendimentos ainda estejam com fibroses.

Nos casos de deiscência de sutura (abertura dos pontos), necroses ou cicatrização deficiente, o fisioterapeuta deve estar apto a utilizar de recursos eletroterapêuticos e manuais para atuar dentro da necessidade apresentada.

Com os avanços dos estudos na área de cicatrização, é imprescindível que os cirurgiões e fisioterapeutas busquem informações sobre o pós-operatório. Orientar sobre a importância de realizar a fisioterapia pós-operatória e esclarecer que o tratamento desenvolvido pelo fisioterapeuta não é apenas a drenagem linfática manual será essencial o pós-operatório seja bem-sucedido.

Dessa forma, o paciente será beneficiado de um tratamento efetivo, economizando tempo e dinheiro.

Realizar a fisioterapia pós-operatória com um profissional habilitado, é imprescindível para sucesso da cirurgia.

Invista no pós-operatório.


Dra. Marcieli Martins

Especialista em Fisioterapia Dermatofuncional

 

A presença de fibrose dificulta a resolução do inchaço pós cirurgia.

 A fibrose pode comprometer o resolução do inchaço no pós-operatório.

A fibrose é resultado do processo de cicatrização, ou seja, uma resposta fisiológica para reparar os danos causados pela cânula em cirurgias de lipoaspiração ou pelo fleboextrator em cirurgias para tratamento de varizes.

Após o procedimento cirúrgico é normal que haja presença de edema. Tem sido uma preocupação frequente dos cirurgiões indicarem a realização de drenagem linfática para minimizar o inchaço e aliviar a dor no pós-operatório.

Drenagem linfática manual

Os benefícios da drenagem linfática na redução do edema (inchaço) são incontestáveis, porém, quando se trata de uma cirurgia extensa como é o caso das lipoaspirações ou abdominoplastias por exemplo, o sistema linfático na região operada fica comprometido.

O processo de linfoangiogênese, ou seja, formação dos novos vasos linfáticos, pode durar algumas semanas, resultando em um funcionamento inadequado do sistema pelo comprometido da região e consequentemente contribuir com o aumento do inchaço.

Frequentemente o paciente relata melhoras dos sintomas (dor e inchaço) após a realização de drenagem linfática, entretanto, algumas horas após o procedimento o inchaço volta a incomodar.

É comum recebermos no consultório pacientes que se queixam que embora tenham realizado um altíssimo número de sessões de drenagem linfática manual  ainda apresentam fibrose e edema.

Fibrose e edema: como solucionar?

Na presença de fibrose, a drenagem apresenta resultados mais limitados ainda, tanto para redução do inchaço como para resolução da fibrose.

Isso ocorre devido a presença da fibrose gerar comprometimento da linfoangiogênese, ou seja, comprometer a formação dos novos vasos linfáticos que auxiliarão na melhora do edema. Esse processo é uma das principais causas do edema não ser solucionado.

É importante ressaltar que, a presença da fibrose gera alteração da funcionalidade local e das estruturas adjacentes, resultado em limitação da mobilidade tecidual, dor, comprometimento estético e edema persistente.

A resolução do edema só é possível quando há restauração e reorganização dos tecidos lesionados, consequentemente o tratamento pós-operatório deve auxiliar o processo de cicatrização para que todas as etapas do reparo tecidual sejam cumpridas no seu devido tempo.

Dessa forma, a cicatrização acontecerá organizada e a formação da fibrose será menos intensa, não resultando em comprometimento funcional e estético.

Para isso, a fisioterapia tem se apresentado como um grande aliado para alcançar o resultado estético o mais precoce possível.

Sendo assim, para que o pós-operatório seja bem conduzido e alcance o sucesso após a cirurgia, é fundamental a realização do tratamento fisioterapêutico afim de favorecer a reabilitação/recuperação.

Através de técnicas e recursos exclusivos como a liberação tecidual funcional (LTF), cinesioterapia e outras técnicas de Fisioterapia Manual, é possível a reorganização da fibrose que consequentemente favorecerá o reestabelecimento do sistema linfático e possibilitando uma atuação resolutiva no edema (inchaço).

Vale lembrar que o tratamento desenvolvido com os princípios preconizados pela LTF e pela Fisioterapia Manual são realizados em poucos atendimentos.

Dessa forma, a FISIOTERAPIA pode ser o grande diferencial no sucesso de uma cirurgia, seja ela plástica ou vascular.

*****Atenção!*****

Se você tem um inchaço que não está melhorando, procure um fisioterapeuta que utilize os tratamentos mencionados neste post, sem dúvida, você terá o seu caso solucionado e alcançará os resultados desejados com a cirurgia realizada.


Dra. Marcieli Martins

Especialista em Fisioterapia Dermatofuncional

 

Fibroses e Tecidos Cicatriciais: é tudo a mesma coisa?

Definir e diferenciar fibroses de tecidos cicatriciais é essencial para realização da intervenção fisioterapêutica.

Não…

Segundo a literatura atualizada, fibroses são tecidos cicatriciais excessivos, formados por uma quantidade exacerbada de proteínas da matriz extracelular*, principalmente colágeno”.

Fibroses e aderências são características frequentemente presentes em pós-operatórios de diversas cirurgias. Elas são “normais” durante o período de reparo, fazem parte da cicatrização, porém, não devem ser consideradas parte do resultado da final da cirurgia. Podem gerar alterações funcionais, sendo portanto, cabíveis de tratamento fisioterápico.

O que é fibrose?

As fibroses caracterizam-se pela presença de tecido cicatricial excessivo, com conteúdo rico em colágeno (por isso são tão resistentes). Aparecem devido ao processo de cicatrização, levam frequentemente à formação de retrações nos tecidos conjuntivos que poderão limitar a função do indivíduo, pois podem afetar nervos, músculos e até articulações. Por isso é tão importante o tratamento fisioterapêutico preventivo.

Quanto mais longa a presença de fibrose, maior as chances de disfunções neuromioarticulares. A prevenção deve ser o objetivo primário da fisioterapia. A aplicação da Liberação Tecidual Funcional® nos tecidos em cicatrização é utilizada como forma de prevenção, controle da formação de fibroses e também para o tratamento específico. Independente do tempo de instalação do quadro.

No caso específico das cirurgias estéticas, podem impedir os resultados esperados da cirurgia e frustrar tanto o cirurgião como o paciente, principalmente quando o tratamento proposto é baseado em protocolos de uso de equipamentos de estética, onde a síntese de colágeno é provocada pelo estímulo produzido pelos aparelhos. É preciso ter em mente que fibrose é excesso de colágeno, e nenhum tratamento que estimule colágeno é o mais indicado, pois pode retardar e até dificultar sua resolução.

Para o tratamento efetivo, é preciso respeitar as características do tecido cicatricial. A terapia manual atuará modificando a estrutura do colágeno cicatricial, afetando diretamente a orientação e o metabolismo da matriz extracelular. É preciso controlar o ambiente mecanobiológico do tecido para evitar excesso cargas mecânicas intrínsecas* – que ativam um processo chamado de fibrinogênese*, onde o quadro se retroalimenta. Com o tratamento específico, é possível normalizar as cargas mecânicas intrínsecas dos tecidos e com isso, retomar o metabolismo normal e eliminar os excessos – as fibroses.

O que é tecido cicatricial?

Já o tecido cicatricial é um tipo de tecido alterado estruturalmente, que não tem as mesmas características do tecido normal: elasticidade por exemplo…

Diferente da fibrose, ele não é excessivo. É simplesmente um tecido alterado. Este, será sempre diferente, por isso se recomenda evitar cirurgias estéticas diversas, pois por mais que se trate a fibrose, o tecido cicatricial permanecerá. Podemos usar como exemplo, as cicatrizes da pele, que estão perceptíveis aos nossos olhos…Elas podem ser fininhas ou volumosas…Assim é a diferença que ocorre por baixo da pele.

Fibroses – como as cicatrizes volumosas e tecidos cicatriciais – como as cicatrizes fininhas. Estão ali, mas não são excessivos, mas também não são como os tecidos normais.

No dia a dia, a denominação se confunde, muita gente chama o tecido cicatricial de fibrose…

Mas fibrose tem tratamento, podemos tanto prevenir como tratar com manobras manuais específicas, como a LTF® – Liberação Tecidual Funcional.

Já os tecidos cicatriciais…serão para sempre tecidos cicatriciais.

Sempre alterados em sua estrutura.

Por isso não é recomendado que um paciente se submeta a diversas ciurgias plásticas estéticas.

Em cada cirurgia, haverá formação de tecidos cicatriciais…

Portanto: Fibrose tem tratamento!

Com abordagem adequada a fibrose é facilmente reduzida ao tecido cicatricial “normal”.

Você paciente, não arrisque seus resultados com tratamentos inadequados, cuide-se!

Você fisioterapeuta, estude profundamente o processo de reparo tecidual para entender o que são as fibroses e assim poder ofertar aos seus pacientes tratamentos realmente efetivos.

Não é preciso ficar meses tratando pós-operatório. Procure saber! 😉

Um abraço.

Dra Mariane Altomare

Fisioterapeuta


Legenda:

  • Matriz extracelular: Parte dos nossos tecidos, que são compostos por células e uma diversidade de estruturas (entre elas colágeno) denominada matriz extracelular;
  • Forças instrínsecas: São forças mecânicas dos tecidos que participam ativamente nos processos metabólicos por provocarem estímulos nas células;
  • Ambiente mecanobiológico tecidual: é o somatório de forças físicas que estão presentes nos tecidos controlando processos metabólicos;
  • Fibrinogênese: processo de formação de novas fibras, incluindo colágeno.

Liberação tecidual

Você conhece a técnica de liberação tecidual?

Liberação tecidual é considerado o melhor tratamento de fibrose e aderência de cicatriz

A liberação tecidual consiste na utilização da terapia  manual respeitando os princípios da mecanobiologia e neurofisiologia dos tecidos cicatriciais para prevenir fibroses (pós-operatório imediato) e tratar fibroses (pós-operatório tardio).

Atualmente é considerada pelos especialistas no assunto como o melhor tratamento para fibroses e aderências.

Para se alcançar os resultados da reorganização do tecido jamais devemos estimular o processo de cicatrização, ou seja, evitar tratamentos que sejam agressivos já será um excelente começo.

Seguindo esse raciocínio, o fisioterapeuta pode associar muitas outras técnicas manuais para favorecer a reorganização tecidual, recuperação funcional e estética do paciente.

Por outro lado, tratamentos que geram dor, realizado de forma intensa/agressiva e repetido em um curto intervalo (a cada 02 dias, por exemplo), estimulam ainda mais o processo de cicatrização.

Infelizmente, os tratamentos desenvolvidos com associação de ultra-som, radiofrequência, carboxiterapia, bambuterapia, massagem modeladora e muitos outros tratamentos que aumentam a resposta cicatricial, prolongam o tratamento pós-operatório.

Muito profissionais ainda acreditam que tratar fibrose significa “quebrar”.

É importante ressaltar que, qualquer tratamento manual que cogite “romper” a fibrose ou até mesmo utilizar aparelhos para “quebrar” ou “amolecer” a região que está endurecida e/ou irregular, sem dúvida esse tratamento está fadado ao fracasso.

Para ter sucesso no tratamento de fibrose é necessário aprofundar na fisiologia da cicatrização normal e da cicatrização excessiva.

Entender esse processo e conhecer como funciona as células envolvidas no reparo tecidual, possibilitará ao profissional elaborar um programa de tratamento resolutivo com poucos atendimentos.

O tratamento fisioterapêutico por liberação tecidual não deve ser associado a aparelhos ou técnicas agressivas.

Cuidado!  Apenas fisioterapeutas podem atuar com este conceito pois trata-se de recursos ensinados somente a fisioterapeutas.

Os pacientes devem se informar sobre a capacitação técnica do profissional que realizará o tratamento, esse cuidado pode garantir o sucesso do tratamento.

Fibrose tem tratamento e é sem equipamento!


Dra. Marcieli Martins

Especialista em Fisioterapia Dermatofuncional

Tratamento fisioterapêutico em esteatonecrose

A fisioterapia pode ser uma opção de tratamento conservador de esteatonecrose

O post de hoje é um relato de caso de uma paciente com esteatonecrose na mama esquerda.

Procurou tratamento em meu consultório para tratar um “caroço” que a incomodava e limitava sua vida.

Segundo informações fornecidas pela paciente, ela recorreu a cirurgia plástica para realizar uma mastoplastia com inclusão de prótese mamária.

Após um período de muita dor e limitação funcional da mama e braço esquerdo e muitas tentativas de tratamentos com medicação e fisioterapia sem sucesso, o médico optou pela retirada da prótese para tentar reverter o quadro de dor.

Após a retirada da prótese a dor não melhorou e o “caroço” não diminuiu. Durante consulta foi apresentado uma ressonância magnética com diagnóstico de ESTEATONECROSE).

A paciente relatava uma imensa decepção com a Cirurgia realizada e com o resultado estético da cirurgia.

Apresentava um histórico de muita dor na mama esquerda, limitação de movimento do ombro esquerdo, diminuição das AVD’s (atividades de vida diária) e laborais.

No momento da consulta, a paciente não tinha esperança de que algum dia a dor fosse eliminada do seu dia a dia, mas achou válido realizar a última tentativa antes de “aceitar” sua condição clínica como definitiva.

O tratamento fisioterapêutico foi desenvolvido tendo como base do tratamento a terapia manual (LTF – liberação tecidual funcional) e conceito maitland.

Após 05 atendimentos a paciente teve alta da fisioterapia apresentando melhora da amplitude de movimento, sem relato de dor e AVD’s totalmente restabelecidas.

Também foi possível, através de uma ecografia, constatar a diminuição do tecido evidenciado na foto (esteatonecrose).

Também houve redução do tamanho do “caroço” à palpação.

Este case, é um pequeno relato dos benefícios que o tratamento fisioterapêutico pode proporcionar aos pacientes após intercorrências e/ou complicações pós-operatória.

A fisioterapia pode melhorar a qualidade de vida dos pacientes submetidos à cirurgia plástica e contribuir para que o resultado estético seja alcançado.

Aos cirurgiões fica o meu apelo, podemos sim trabalhar juntos para proporcionar qualidade de vida e resultado ao paciente.

A fisioterapia evoluiu muito e há muitas situações que podem ser resolvidas sem uma nova intervenção cirúrgica.

ESTEATONECROSE da mama é um processo patológico que ocorre quando há saponificação localizada  de gordura. É um processo inflamatório benigno que está se tornando cada vez mais comum devido à cirurgia conservadora da mama e aos procedimentos de mamoplastia. (fonte: https://goo.gl/yZaVcM)

Embora, não há relatos na literatura do tratamento fisioterapêutico em esteatonecrose os resultados obtidos foram extremamente satisfatórios. Entretanto, é necessário continuarmos a estudar e para buscarmos mais evidências.

Consulte o fisioterapeuta!!!


Dra. Marcieli Martins

Especialista em Fisioterapia Dermatofuncional