O impacto da Cirurgia Plástica em Saúde Mental

autoestima na cirurgia plástica

Autoestima na cirurgia plástica

As características morfológicas podem influenciar positivamente quando a autoestima é saudável, mas também geram sentimentos negativos complicando com doenças mentais como depressão, pânico, ansiedade e outros.

Transtornos dismórficos, que geram insatisfação pessoal com destruição da autoestima, são cada vez mais frequentes em uma sociedade que tem em evidencia o “culto ao corpo e vidas perfeitas” apresentados através das redes sociais e mídia em geral, motivo pelo qual, inúmeras pessoas têm buscado ajuda especializada da psiquiatria e psicologia.

Recentemente atendi o caso de uma jovem do sexo feminino, MSS de 30 anos de idade, com queixa de dor abdominal de longa data, já havia passado por diversas especialidades da medicina, diversos profissionais e inúmeros exames laboratoriais e de imagem.

Todos os exames dentro dos limites de normalidade, até que um dia um médico sugeriu que ela procurasse um psicólogo ou psiquiatra, já que a dor poderia ser de origem emocional;

Após algumas sessões de psicoterapia (análise de bioenergética e leitura corporal – linhagem de W. Reich e A. Lowen) encontramos a causa mais provável da dor crônica: insatisfeita com o volume do abdome a paciente passava a maior parte do dia com o abdome contraído para esconder a saliência abdominal e em choro, descreveu que não era feliz e se sentia muito mal com o próprio corpo.

A solução do problema parecia simples para o psicoterapeuta, a paciente poderia relaxar e soltar o abdome, entender que não devemos ser julgados pela aparência e que podemos ter felicidade mesmo fora dos padrões de beleza que a mídia apresenta.

Entretanto, mesmo relaxando o abdome e melhorando a dor que tanto a incomodava após algum tempo, a paciente voltou às consultas mas agora com queixa de tristeza e choros imotivados, passou a evitar lugares e pessoas como meio de fuga pela insatisfação com o próprio corpo e até seu casamento estava prejudicado pela falta de libido que também a incomodava.

Uma análise criteriosa da causa dos sintomas me fez chegar a conclusão de que uma cirurgia plástica poderia ajudar na autoestima e talvez até solucionar o problema emocional.

Ao ser abordada na questão a paciente chorou copiosamente e afirmou que sempre quis fazer uma abdominoplastia mas não tinha tido apoio da família.

Sendo assim, as sessões começaram a ter foco na essência e no autoconhecimento para fortalecer as decisões próprias, e muito rapidamente a paciente tomou a decisão de fazer a cirurgia.

Com um pré-operatório multidisciplinar bem organizado a paciente passou o momento cirúrgico da melhor forma, no pós-operatório imediato me mandou uma mensagem agradecendo, pois já se sentia muito melhor.

Após pouco mais de 3 meses e pós-operatório sem complicações, conquistou efeito muito positivo da cirurgia, a paciente recebeu alta da especialidade em saúde mental por não apresentar dor abdominal de origem emocional e livre de sintomas de depressão ou qualquer transtorno dismórfico.

Um estudo publicado em 2007,(FERRAZ, Sabrina Borges  e  SERRALTA, Fernanda Barcellos. O impacto da cirurgia plástica na auto-estima.) resume: “de modo geral, os resultados indicam que a cirurgia plástica aumentou a auto-estima e a harmonia interna das entrevistadas, sanou a sua deformidade física (real ou imaginária) e alterou positivamente suas relações interpessoais e sexuais”.

Por fim, podemos afirmar que uma decisão bem tomada para realização de uma cirurgia plástica pode produzir saúde e aumentar consideravelmente a qualidade de vida, levando em conta um pré e pós operatório auxiliado por bons profissionais. A beleza que vem como consequência e suas implicações têm grande efeito no comportamento e na autoestima, gerando saúde e vida significativa.

Referência:

FERRAZ, Sabrina Borges  e  SERRALTA, Fernanda Barcellos. O impacto da cirurgia plástica na auto-estima. Estud. pesqui. psicol. [online]. 2007, vol.7, n.3 [citado  2019-09-19], pp. 0-0 . Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S180842812007000300015&lng=pt&nrm=iso>. ISSN 1808-4281


Dr.Fabrício Tambani

CRM/PR: 33.896

Especialista em Psiquiatria e Psicoterapia

https://www.drfabriciotambani.com/