Drenagem Linfática X Ultrassom: é o melhor tratamento pós-operatório?
Por muitos anos, realizar pós-operatório de Cirurgia Plástica era sinônimo de contratar, no mínimo, 10 sessões de drenagem linfática manual (DLM) e algumas sessões de ultrassom (US).
Embora, muitos médicos ainda indiquem realizar DLM e utilizar US, a realidade é que a atuação fisioterapêutica no pós-operatório tem evoluído muito e novas abordagens surgiram para otimizar a recuperação e favorecer os resultados das cirurgias plásticas.
Conduzir o processo de cicatrização, prevenir intercorrências, favorecer a manutenção da mobilidade e contribuir para o sucesso da cirurgia, devem ser os principais objetivos da atuação fisioterapêutica.
A drenagem linfática é uma técnica manual, conceituada e muito bem descrita, apresenta excelentes resultados na redução do edema (inchaço), porém apresenta resultados limitados quando se trata de pós-operatório de cirurgia plástica, principalmente nas lipoaspirações de grande volume.
Já o uso do ultrassom terapêutico é indicado para acelerar a cicatrização bem como para tratar as fibroses. Por outro lado, já se sabe que após a lipoaspiração o trauma gerado é tão intenso que a cicatrização precisa ser “freada” e não acelerada.
Estimular esse processo pode contribuir com o aumento de síntese de colágeno e consequentemente aumento da fibrose.
Embora a drenagem linfática e o ultrassom sejam indicados por muitos profissionais (médicos e fisioterapeutas), o uso desses recursos de forma isolada pode contribuir para que o resultado da cirurgia plástica seja alcançado mais lentamente, arrastando o pós-operatório por meses e obrigando o paciente a realizar vários “pacotes” de tratamento.
A cirurgia plástica, seja ela lipoaspiração, prótese de mama, abdominoplastia, ritidoplastia, entre outras cirurgias, resultam em uma lesão/dano tecidual, resposta fisiológica ao procedimento realizado.
Algumas cirurgias geram maior trauma que outras, mas é fato que a lesão tecidual estará presente e inevitavelmente o edema (inchaço), as equimoses (roxos) e um intenso processo de cicatrização para “reparar” os danos causados pelo bisturi ou pela cânula contribuirá com a presença da fibrose.
A fisioterapia pós-operatória (de verdade) desenvolvida na sua essência, deve abranger a manutenção e restauração de todas as estruturas envolvidas no procedimento cirúrgico e nas estruturas adjacentes.
Ao utilizar apenas a drenagem linfática e o ultrassom no pós-operatório, o fisioterapeuta estará deixando de oferecer uma reabilitação completa que contemple a estética e a funcionalidade.
O tratamento fisioterapêutico baseado em terapia manual é uma excelente opção aos pacientes e cirurgiões que desejam alcançar o resultado estético sem perder a funcionalidade, resultados rápidos e efetivos.
Dentro dessa proposta de tratamento, é importante a associação de técnicas e recursos que possibilite ao profissional fisioterapeuta desenvolver um novo conceito de tratamento no pós-operatório.
Liberação Tecidual Funcional (LTF)
Umas das técnicas mais conceituadas para atuação fisioterapêutica em Cirurgias Plásticas é Liberação Tecidual Funcional (LTF).
A liberação tecidual funcional (LTF) é uma técnica de terapia manual, desenvolvida a partir de conceitos embasados por pesquisas científicas na área de tensão mecânica x reparo tecidual. É uma adaptação de técnicas existentes, porém, respeita parâmetros específicos para que tenha efetividade em tecidos cicatriciais.
Tem por objetivo principal reorganizar as estruturas dos tecidos, devolvendo funcionalidade e flexibilidade, favorecendo o metabolismo normal (Fonte: www.marianealtomare.com.br)
Dizer que o pós-operatório é sinônimo de realizar somente drenagem linfática e ultrassom é um MITO que deve ser desmistificado. Com a fisioterapia manual o sucesso do tratamento pode ser alcançado em poucos atendimentos, buscando sempre qualidade e não quantidade.
Invista na sua cirurgia, invista no pós-operatório!
Dra. Marcieli Martins
Especialista em Fisioterapia Dermatofuncional