Meia elástica no pós-operatório previne trombose?

A meia elástica tem sido frequentemente indicada no pós-operatório. Afinal ela pode ajudar na prevenção da trombose?

A trombose venosa é produzida pela formação de coágulos na corrente sanguínea e pode ocorrer como complicação após qualquer procedimento cirúrgico.

Um dos fatores de risco para formação destes coágulos é a lentificação do fluxo venoso, o que pode decorrer de repousos prolongados, cirurgias longas que demandam muitas horas na mesma posição e até mesmo imobilizações por curativos, talas ou gessos.

Medidas preventivas de trombose venosa são indispensáveis no período de recuperação pós-operatória principalmente por ser uma complicação evitável na maioria das vezes.

A prevenção da trombose deve fazer parte do planejamento cirúrgico do paciente.

Uma das medidas mais utilizadas nesta fase de recuperação é a meia elástica. As meias elásticas produzem uma compressão graduada desde o tornozelo até a altura do joelho ou da coxa (conforme a escolha pela meia ¾ ou 7/8) o que produz uma “massagem” na musculatura e nas veias das pernas, facilitando o fluxo venoso.

Ao favorecer a circulação do sangue pelas veias, a meia elástica evita a estase sanguínea, ou seja, evita que o sangue tenha um fluxo muito lentificado naquele trajeto, o que facilita a formação de coágulos, produzindo assim a trombose.

Uma vez formados coágulos dentro das veias, esses podem deslocar-se para a circulação pulmonar produzindo uma situação muitas vezes grave ou até fatal conhecida como embolia pulmonar.

Todo procedimento cirúrgico gera algum risco de trombose que deve ser avaliado pelo médico para cada paciente em particular e decidido então quais medidas preventivas deverão ser adotadas.

O uso da meia elástica deve ser indicado por um especialista em circulação sanguínea pois existem algumas condições clínicas que proíbem seu uso.

Para o uso ser efetivo também existem algumas considerações e recomendações a serem feitas pelo angiologista portanto, a meia elástica deve ser receitada de forma adequada por um especialista.

É importante que cada paciente passe por uma avaliação com um angiologista ou cirurgião vascular antes de submeter-se a um procedimento cirúrgico para que seu risco seja avaliado e a prevenção seja estabelecida.


Dra. Denise Xavier

Especialista em Cirurgia Vascular e Ecografia Vascular.