Atendimento fisioterapêutico no pós-operatório: quanto mais melhor?

Há alguns anos quando se falava de tratamento fisioterapêutico, a conduta médica e fisioterapêutica normalmente era a indicação de, no mínimo, 10 atendimentos.

Com isso, criou-se  uma espécie de protocolo que indicação de fisioterapia significa um mínimo de 10 atendimentos.

Na fisioterapia pós-operatória de Cirurgia Plástica acabou não sendo diferente da Fisioterapia Ortopédica.

Pós-operatório de Cirurgia Plástica era sinônimo de 10 sessões de Drenagem Linfática.

Mas, afinal, sempre são necessários 10 atendimentos?

A resposta correta é NÃO.

Realizar muitos atendimentos não é a garantia do sucesso do tratamento!

Tudo isso tem sido combatido por profissionais que prezam por respeitar o código de ética e o juramento feito ao concluir a Faculdade de Fisioterapia. Por 03 motivos:

1- O fisioterapeuta é : Profissional de Saúde, com formação acadêmica Superior, habilitado à construção do diagnóstico dos distúrbios cinéticos funcionais (Diagnóstico Fisioterapêutico), a prescrição das condutas fisioterapêuticas, a sua ordenação e indução no paciente bem como, o acompanhamento da evolução do quadro clínico funcional e as condições para alta do serviço (Atividade de saúde, regulamentada pelo Decreto-Lei 938/69, Lei 6.316/75, Resoluções do COFFITO, Decreto 9.640/84, Lei 8.856/94). Ou seja, profissional autônomo, com poder de avaliar e definir o melhor tratamento para o paciente.

2- A evolução, bem como, alteração da conduta fisioterapêutica deve ser feita a cada atendimento e não ao término de 10 atendimentos (quando indicado).

3- Os profissionais que se dedicam a desenvolver um tratamento com responsabilidade e ética, não aceitam a imposição da realização de “no mínimo 10 atendimentos”. Cada caso é um caso e deve ser tratado de forma individualizada. O tratamento e a frequência devem ser definidos ou redefinidos a cada atendimento pelo fisioterapeuta.

Diante disso, é importante frisar que, os protocolos pré-estabelecidos têm grandes chances de serem mal sucedidos, pois alterações na conduta são fundamentais para garantir a evolução do paciente.

O profissional após avaliação irá prescrever a melhor conduta e a frequência do tratamento. Essa conduta pode e deve ser alterada de acordo com a evolução/resposta de cada paciente.

Sendo inadmissível que, um tratamento com pouco ou nenhum resultado seja mantido apenas para cumprir com um protocolo e/ou prescrição.

Diante do exposto, é de suma importância que os pacientes entendam que o fisioterapeuta é o profissional responsável pela condução do tratamento pós-operatório.

A conduta pode ser discutida com a equipe multidisciplinar para que juntos trabalhem a favor do processo de reabilitação mas não pode ser definida por outros profissionais e somente executada pelo fisioterapeuta.

Os fisioterapeutas tem autonomia para realizar prescrição e execução do tratamento e isso deve ser respeitado, tendo em vista que é o profissional habilitado para condução do tratamento pós-operatório.

A ciência está em constantes mudanças, a fisioterapia evoluiu. Os fisioterapeutas precisam evoluir.

Não é possível ter resultados diferentes fazendo a mesma coisa.

Atualização.

Conhecimento.

Ética.

Humanização.

Respeito.

É o que todos os profissionais envolvidos no processo-doença precisam ter para trabalhar na promoção de saúde a estes pacientes, independente da área de atuação.

O pós-operatório de Cirurgia Plástica realizado por fisioterapeutas deve ir muito além de uma drenagem linfática e ultra-som.

O fisioterapeuta pode favorecer a recuperação funcional, o controle da dor e contribuir com o resultado estético.

Aos profissionais, fica o meu apelo:­ vendam tratamento e NÃO técnicas. A técnica é um meio de promover um resultado mas nem toda técnica pode ser aplicada ou indicada a todos pacientes.

O tratamento deve ser individualizado sempre!

Paciente valorize o seu Fisioterapeuta!

Fisioterapeuta valorize a Fisioterapia!

Sejam Fisioterapeutas!


Dra. Marcieli Martins

Fisioterapia Dermatofuncional

Pós-operatório: a importância de escolher o profissional que dará continuidade após a cirurgia.

A escolha do profissional que realizará o pós-operatório é tão importante quanto a escolha do cirurgião?

A maioria dos pacientes quando decidem realizar um procedimento cirúrgico, iniciam por escolher o médico que realizará o procedimento.

Muitos consultam um, dois, três…..alguns procuram muitos profissionais antes da escolha final. É fundamental que o paciente tenha empatia e confie no profissional que realizará cirurgia.

Após a definição do médico, inicia-se a preparação para o “grande dia”.  Exames, consulta pré-anestésica, medicamentos, cintas modeladoras, meia anti-trombo, placas, etc.

O check list pré-operatório é longo e muito importante.

Por outro lado, muitos pacientes não se atentam sobre a necessidade e a importância do pós-operatório.

O pós-operatório é a continuidade do procedimento cirúrgico, é no pós-operatório que teremos o sucesso da cirurgia ou não.

Alguns cuidados e condutas pós cirúrgica podem ser essenciais para o resultado almejado com o procedimento.

Os pacientes devem se preocupar ao escolher o profissional que realizará o pós-operatório, assim como,  ocorreu ao definir o cirurgião.

Um pós-operatório bem sucedido possibilita uma recuperação com menos intercorrências, bem como o retorno às AVD’s (atividades de vida diária) e à atividade laboral.

O cirurgião pode ter a técnica perfeita mas se o paciente não tiver um tratamento pós-operatório de qualidade, sem dúvida, a cirurgia poderá ser comprometida.

Por isso, não busquem apenas preço, escolham um profissional capacitado que tenha conhecimento para conduzir o tratamento minimizando as intercorrências e complicações ou tratando-as caso elas aconteçam.

Fisioterapia no pós-operatório

O fisioterapeuta é o profissional capacitado para realizar a Reabilitação. Reabilitar/ recuperar faz parte do exercício profissional do fisioterapeuta. A preocupação desse profissional não deve ser apenas com o resultado estético, mas também com a restauração do paciente como um todo.

Aliviar a dor, minimizar a formação de fibrose, reduzir o edema (inchaço) e as equimoses (áreas roxas), restabelecer os movimentos que estão comprometidos com a cirurgia e permitir que esse paciente retorne à sua vida normal após a realização do procedimento cirúrgico.

Muitas vezes, por se tratar de uma cirurgia “estética”, os pacientes não se atentam que embora os riscos sejam pequenos, eles existem! A maioria das intercorrências  podem ser evitados quando o paciente está sob os cuidados de um médico e um fisioterapeuta preparado para atuar em todas as circunstâncias.

O fisioterapeuta deve trabalhar como parceiro do médico, cada um respeitando os limites de cada profissão, ambos atuando para um bem maior que é a recuperação e o sucesso da cirurgia.

Pense na sua saúde, pense na funcionalidade, pense no resultado estético!

Ninguém pode ter um pós-operatório bem sucedido, tendo um abdômen “chapado” ou uma mama maior /menor mas não conseguir realizar um movimento ou ainda ficar com sequelas estéticas e funcionais.

Invista no tratamento pós-operatório.

Pesquise.

Busque referências.

Escolha um fisioterapeuta habilitado.

Procure qualidade.

Sua cirurgia merece esse cuidado.

A escolha do profissional que realizará o pós-operatório é tão importante quanto a escolha do cirurgião.


Dra. Marcieli Martins

Especialista em Fisioterapia Dermatofuncional

 

 

Massagem modeladora é indicada para tratamento de fibrose?

Massagem modeladora é uma opção para tratamento de Fibrose?

Embora a massagem modeladora seja indicada e utilizada por muitos profissionais, vários estudos mostram os malefícios de realizar tratamentos agressivos em tecidos cicatriciais (fibrose).

A fibrose é uma alteração mecanobiológica no tecido, que por sua vez gera um comportamento metabólico crônico resultando em produção excessiva de tecido de cicatrização.

A fibrose é resultado de uma agressão tecidual, isto é, uma resposta fisiológica ao trauma.

Esse trauma é resultado de uma agressão mecânica, ou seja, a técnica cirúrgica, volume de gordura lipoaspirado ou tratamentos agressivos no pós-operatório podem ser responsáveis por essa alteração mecanobiológica.

Sendo assim, o fisioterapeuta deve se preocupar em minimizar a formação desse tecido de cicatrização através do controle do ambiente mecanobiológico.

Controlar esse ambiente significa controlar as respostas biológicas do tecido diante da agressão, ou seja, favorecer o equilíbrio do metabolismo local, diminuir o excesso de formação de tecido de cicatrização e consequentemente ocorrerá a melhora/ reorganização da fibrose.

Uso de aparelhos em tratamento de fibrose

Infelizmente, se o profissional utiliza aparelhos como US, Radiofrequência, Carboxiterapia, ou até mesmo massagens vigoras que resultam em estimulo do processo de cicatrização e dor, não será possível controlar as respostas teciduais desencadeadas por esses aparelhos ou técnicas manuais e a fibrose apresentará pouca ou nenhuma melhora e ainda, em muitos casos o quadro de fibrose piora.

Geralmente, pacientes submetidos aos tratamento citados acima, acabam realizando muitos atendimentos e mesmo após muitas sessões (30-40-50 e pasmem já atendi pacientes com 80 sessões) e ainda tinha fibrose, dor e alteração estética e funcional presente.

Alguns estudos mostram que, quando a região com fibrose é submetida à uma massagem mais vigorosa, como é o caso da massagem modeladora, o profissional está impedindo o organismo de evoluir com as fases de cicatrização (resposta fisiológica para cicatrizar a região operada).

As fases de cicatrização são basicamente divididas em fase inflamatória, proliferativa e remodelamento. Cada fase tem suas característica e deve ser conduzida de uma forma diferente.

Quando a massagem modeladora é aplicada em um tecido fibrótico, o estímulo intenso causado pela massagem favorece o aumento da rigidez tecidual e o aparecimento de áreas endurecidas e sem mobilidade.

Por isso, a massagem modeladora deve ser contra-indicada no pós-operatório de lipoaspiração e no tratamento de fibrose.

Para tratar fibrose de forma efetiva e com poucos atendimentos, o melhor tratamento disponível, atualmente, é a técnica de liberação tecidual funcional (LTF®).

LTF® – Liberação Tecidual Funcional

Com a LTF® é possível equilibrar o ambiente mecânico e favorecer a reorganização tecidual, ou seja, melhorar o aspecto estético e a restabelecer a mobilidade das áreas acometidas e consequentemente resolver as tão temidas fibroses.

Com a fisioterapia adequada a fibrose pode ser resolvida em poucos atendimentos.

Sendo assim, é fundamental que os pacientes e os médicos sejam criteriosos na hora de indicar um tratamento pós-operatório inicial e tardio.

Nota: A Liberação Tecidual Funcional é marca registrada de propriedade da Dra. Mariane Altomare e não pode ser utilizada por profissionais que jamais fizeram a formação ou estão desatualizados. O conceito é ensinado somente a fisioterapeutas em cursos de formação oferecidos pela idealizadora.  Ninguém tem autorização para ensinar sobre a LTF. Para usar a marca o fisioterapeuta deve participar do curso e se manter atualizado (fonte: Dra. Mariane Altomare).

Fibrose tem tratamento, mas não é com técnicas agressivas que se consegue um resultado efetivo e satisfatório no tratamento de fibrose.


Dra. Marcieli Martins

Especialista em Fisioterapia Dermatofuncional

10 Sinais que podem indicar que o pós-operatório não está evoluindo como o esperado

 Alguns sinais e sintomas podem ser determinantes para o diagnóstico precoce de intercorrências e/ou complicações.

O paciente, o médico e o fisioterapeuta devem estar atentos a toda evolução do tratamento pós-operatório.

Questionar e buscar informações com profissionais qualificados pode evitar que uma intercorrência evolua e resulte em sequela, comprometendo o resultado estético desejado.

10 sinais e sintomas que paciente precisa estar atento no pós-operatório de cirurgia plástica

1. Edema (inchaço) persistente;

2. Dor persistente;

3. Limitação dos movimentos (Dificuldade para se movimentar);

4. Aumento repentino do volume de líquido em uma determinada região;

5. Áreas endurecidas e/ou regulares, com pouco ou nenhuma melhora;

6. Variedade de tratamentos sendo feito ao mesmo tempo;

7. Muitos atendimentos pós-operatórios;

8. Febre;

9. Dor intensa em uma ou nas duas pernas;

10. Falta de ar.

Confira abaixo tudo sobre os 10 sinais (por Dra. Marcieli Martins)

1. Edema (inchaço) persistente: o edema está presente em praticamente 100% das cirurgias plásticas. Com o avanço do processo de cicatrização, uso de cinta modeladora, uso de placas e tratamento fisioterapêutico adequado, a melhora do edema passa a ser percebido.  Por outro lado, se o paciente apresenta fibrose, provavelmente o edema persistirá sendo necessário tratar a fibrose para o edema ser resolvido completamente.

2. Dor persistente: com o passar dos dias a dor irá diminuir:  a fisioterapia pós-operatória deverá contribuir para a melhora da dor. Se o paciente está em tratamento  e não está obtendo melhora do quadro, provavelmente o tratamento não está atendendo à todas as necessidades do pós-operatório.

3. Limitação dos movimentos (Dificuldade para se movimentar): restabelecer a mobilidade do paciente deve ser uma preocupação do profissional que está realizando o pós-operatório. O fisioterapeuta que se dispõe a realizar pós-operatório de Cirurgia Plástica deve exercer a profissão na sua plenitude e utilizar todos os recursos disponíveis para reabilitar o paciente. Fique atendo!

4. Aumento repentino do volume de líquido em uma determinada região: o paciente deve estar atento e na presença de algum aumento excessivo de volume (na região operada), o cirurgião plástico deve ser informado para determinar posteriores condutas.

5. Áreas endurecidas e/ou regulares, com pouco ou nenhuma melhora: a presença de áreas endurecidas faz parte do processo de cicatrização  e  é uma resposta fisiológica de cada paciente. É possível sim com o tratamento fisioterapêutico adequado minimizar a formação do tecido de cicatrização (fibrose), entretanto, tratamentos que prometem o “milagre”da não formação de fibrose são divulgados como no intuito de angariar clientes. A fibrose é o processo de cicatrização da área operada (traumatizada pela cirurgia) e não deve ser considerada uma complicação.  É uma intercorrência totalmente tratável. O profissional habilitado saberá tratar de forma rápida e efetiva as fibroses presentes. A terapia manual (LTF – Liberação tecidual funcional) é hoje o melhor tratamento para fibrose. O uso de aparelhos como ultra-som, radiofrequência, carboxiterapia, endermologia, e outros indicados por alguns profissionais para o tratamento de fibrose promovem uma recuperação com resultados limitados  e pouco efetivos. A fibrose pode ser tratada com terapia manual em poucos atendimentos.

6. Variedade de tratamentos sendo feito ao mesmo tempo: muitos profissionais que estão no mercado oferecendo tratamentos pós-operatório infelizmente vendem pacotes, aparelhos, tratamentos mas não vendem resultados. Muitas sessões são realizadas e ao término de cada pacote um novo tratamento é indicado. Os pacientes devem estar atentos com a variedade de tratamentos que está sendo proposto. Bons profissionais, permitem uma evolução de pós-operatória rápida e com poucos atendimentos.

7. Muitos atendimentos pós-operatórios: mais qualidade e menos quantidade, esse deveria ser o lema dos profissionais que atendem pós-operatório. Lamentavelmente muitos buscam inicialmente por preços atrativos. Após um período, com o insucesso do tratamento, resolvem pesquisar e buscar informações sobre pós-operatório. Somente após o problema instalado se atentam que deveriam ter investido em mais qualidade e menos quantidade. O barato sai caro. Pense nisso!

8. Febre: o aumento de temperatura corpórea pode indicar um processo infeccioso. Por isso, o médico deve ser informado assim que constado a presença da febre.

 9 e 10. Dor intensa em uma das pernas e falta de ar: a presença de dor repentina e intensa em uma das pernas pode sugerir a presença de trombose. Se associada a falta de ar, pode indicar um tromboembolismo pulmonar. O cirurgião deve ser comunicado imediatamente, caso o paciente não consiga contato, deve recorrer ao pronto-socorro mais próximo.

Estar atento aos sinais e sintomas e seguir todas as orientações dos profissionais que estão acompanhando o pós-operatório é essencial para o sucesso da Cirurgia Plástica.

Ótima recuperação!


Dra. Marcieli Martins

Especialista em Fisioterapia Dermatofuncional

Observação: este material tem caráter informativo e não deve ser realizado para realizar auto diagnóstico.